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Taxa interna de retorno: o que é, por que importa e como calcular  

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A taxa interna de retorno (TIR) é um dos principais indicadores financeiros utilizados por empresas para avaliar a rentabilidade de investimentos.

Ao considerar a TIR, é possível tomar decisões mais informadas, comparando projetos e maximizando retornos financeiros.

Neste artigo, falamos o que é a TIR, te ensinamos como calculá-la e como ela pode ser uma aliada estratégica na gestão empresarial.

O que é a taxa interna de retorno?

A taxa interna de retorno é um indicador financeiro que mede a rentabilidade potencial de um investimento.

Ela representa a taxa de desconto que iguala o valor presente líquido (VPL) de um fluxo de caixa projetado a zero.

Em termos práticos, a TIR é a taxa de retorno esperada de um projeto, que, quando superior ao custo de capital ou à taxa mínima de atratividade (TMA), sugere que o investimento pode ser considerado viável.

Como assim, VPL igual a zero e projeção de fluxo de caixa?

Pois é, entender a Taxa Interna de Retorno (TIR) depende de uma boa compreensão desses dois conceitos. Vamos por partes.

Projeção de fluxo de caixa

Aqui, o foco é explicar como aplicar a TIR na análise de ativos financeiros, como ações. No entanto, gestores financeiros utilizam amplamente esse indicador para avaliar a viabilidade de investimentos.

Por exemplo, se uma empresa planeja construir uma nova fábrica, ela considerará o valor investido na construção como uma saída de caixa. Em seguida, projetará as receitas adicionais obtidas com o aumento da produção, que funcionarão como entradas de caixa.

O conjunto de todas essas saídas e entradas ao longo do tempo forma o fluxo de caixa projetado. Isso é a base tanto para o cálculo do VPL quanto da TIR.

Vamos a um exemplo prático:

PeríodoFluxo de caixa
0– R$ 25.000
1R$ 5.000
2R$ 7.200
3R$ 8.300
4R$ 9.000
5R$ 10.500

Note que o valor inicial (período 0) é negativo, já que corresponde ao capital investido.

Os valores nos períodos seguintes representam as receitas que o investimento gerou ao longo do tempo.

Tudo certo com o fluxo de caixa? Vamos avançar para o cálculo do VPL.

Valor Presente Líquido (VPL)

O Valor Presente Líquido (VPL) é uma metodologia que permite avaliar a viabilidade econômica de um projeto com base no fluxo de caixa descontado, trazendo para o presente as receitas futuras.

A lógica por trás desse método é simples: se, ao invés de investir em um projeto, o dinheiro fosse aplicado em um investimento seguro de baixo risco, qual seria o retorno?

Se a rentabilidade esperada do investimento seguro for maior do que a do projeto, o VPL será negativo, indicando que não vale a pena seguir com o investimento. Caso contrário, se o retorno projetado do projeto superar a taxa do investimento seguro, ele é considerado viável.

Para realizar esse cálculo, é necessário definir uma Taxa Mínima de Atratividade (TMA), que será usada como taxa de desconto. Essa taxa representa o retorno mínimo esperado para que o investimento seja atrativo.

A TMA pode ser estabelecida com base em diversos critérios. O mais simples é considerar o custo de capital, ou seja, o percentual de retorno esperado em uma aplicação tradicional.

Por exemplo, um gestor pode determinar que, considerando riscos e custo de oportunidade, o investimento só será viável se oferecer um retorno superior a 12% ao ano.

Nesse caso, a TMA será de 12%, e com a taxa de desconto definida, é possível calcular o VPL no Excel. Usando a tabela anterior como exemplo, basta inserir a TMA em uma célula e aplicar a função VP (ou PV, em inglês) para calcular o valor presente das entradas de caixa, conforme o exemplo:

TMA12%
PeríodoFluxo de caixa
————————–
0-R$ 25.000,00
1R$ 5.000,00
2R$ 7.200,00
3R$ 8.300,00
4R$ 9.000,00
5R$ 10.500,00
VPL

Nesse caso, o VPL é positivo, indicando que o investimento é viável, já que o retorno projetado supera a TMA de 12%.

Importância da TIR na rentabilidade de investimentos

A TIR é um dos principais indicadores utilizados na análise de investimentos devido à sua capacidade de oferecer uma visão clara sobre a rentabilidade de um projeto.

Diferente de outros indicadores, a TIR considera não apenas o montante de retorno, mas também o timing dos fluxos de caixa, permitindo uma análise mais abrangente.

Empresas frequentemente utilizam a TIR para comparar projetos concorrentes.

Projetos com TIRs superiores ao custo de capital são geralmente priorizados, pois indicam que o retorno esperado excede o custo de financiamento, resultando em valor adicional para a empresa.

Mas como se calcula a TIR na prática?

Cálculo da TIR e sua aplicação prática

Levou um pouco de tempo até chegarmos à TIR, certo? Mas isso tem um motivo: agora que você já entendeu como elaborar uma projeção de fluxo de caixa e calcular o VPL, determinar a Taxa Interna de Retorno fica bem mais fácil.

Como mencionado anteriormente, a TIR representa a taxa de desconto em que o VPL de um projeto ou investimento é igual a zero. Para encontrar esse valor, aplicamos uma fórmula sobre a projeção de fluxo de caixa.

No Excel, o cálculo é bastante simples. Basta utilizar a função TIR (ou IRR, que significa Internal Rate of Return, em inglês) e selecionar as células correspondentes às entradas e saídas do fluxo de caixa.

Dá só uma olhada no exemplo a partir do fluxo de caixa elencado anteriormente:

PeríodoFluxo de Caixa
0– R$ 25.000
1R$ 5.000
2R$ 7.200
3R$ 8.300
4R$ 9.000
5R$ 10.500

TIR= 15,92% ao ano

Esse valor significa que, se o investimento render 15,92% ao ano, ele compensará o capital investido e as entradas futuras, resultando em um VPL igual a zero.

Vantagens e desvantagens da TIR

A TIR é uma ferramenta poderosa para a análise de investimentos, mas também apresenta algumas limitações.

Uma das principais vantagens é sua capacidade de considerar o tempo dos fluxos de caixa, algo que muitos outros indicadores não fazem.

Além disso, a TIR oferece uma métrica clara que facilita a comparação entre diferentes projetos.

No entanto, a TIR pode ser enganosa em casos de fluxos de caixa não convencionais, onde múltiplas taxas de retorno podem existir.

Além disso, a TIR assume que todos os fluxos de caixa intermediários são reinvestidos à mesma taxa, o que nem sempre é realista.

Portanto, é importante utilizar a TIR em conjunto com outros indicadores, como o VPL, para uma análise mais robusta.

Como utilizar a TIR para analisar um investimento?

A Taxa Interna de Retorno (TIR) é amplamente empregada para avaliar a viabilidade de projetos e investimentos.

A essência desse indicador está na sua capacidade de calcular a taxa de desconto que iguala o valor presente das entradas de caixa ao valor presente das saídas de caixa, resultando em um valor presente líquido (VPL) igual a zero.

Em termos práticos, a TIR reflete a rentabilidade média que o projeto deve gerar ao longo do período analisado.

Interpretação do resultados

A interpretação do resultado obtido por meio da TIR depende do contexto.

Quando a TIR de um projeto é superior ao custo de capital ou à taxa mínima de atratividade (TMA) estabelecida pela empresa, isso indica que o investimento pode ser viável, já que promete uma rentabilidade acima do custo de oportunidade.

Por outro lado, se a TIR for inferior ao custo de capital, o projeto pode não ser interessante, pois tende a gerar um retorno abaixo da expectativa.

Limitações da TIR

Embora a TIR seja uma métrica útil, seu uso isolado pode levar a decisões equivocadas.

Em casos onde há múltiplos projetos a serem comparados, a TIR pode indicar taxas elevadas para projetos de menor porte, enquanto alternativas com retornos absolutos mais expressivos, mas taxas inferiores, acabam sendo descartadas.

Para lidar com essa limitação, como mencionamos, é comum complementar a análise com outros indicadores, como o VPL e o Payback.

Outra limitação importante da TIR ocorre quando há fluxos de caixa não convencionais, ou seja, situações em que os sinais das entradas e saídas de caixa mudam mais de uma vez ao longo do período analisado.

Nesses casos, pode haver múltiplas taxas internas de retorno, dificultando a interpretação e a tomada de decisão. Para resolver esse tipo de problema, muitos investidores utilizam a TIRM (Taxa Interna de Retorno Modificada), que considera uma reinvestimento dos fluxos a uma taxa mais realista, como o custo de capital da empresa.

Aplicação da TIR

A aplicação da TIR também exige uma análise cuidadosa das premissas utilizadas na projeção dos fluxos de caixa.

Se as estimativas forem imprecisas, o resultado pode não refletir a realidade do investimento. Dessa forma, é essencial revisar constantemente essas projeções, ajustando os valores conforme novas informações se tornam disponíveis.

Além disso, em ambientes de incerteza, a TIR pode ser complementada por análises de sensibilidade e cenários, que permitem entender o impacto de diferentes condições econômicas e de mercado no resultado final do investimento.

Por fim, ao utilizar a TIR, é importante que o investidor compreenda não apenas o número em si, mas o que ele representa no contexto da estratégia de investimentos e dos objetivos financeiros de longo prazo.

Essa compreensão ajuda a evitar decisões baseadas exclusivamente em um indicador e promove uma visão mais ampla sobre a viabilidade dos projetos analisados.

Conclusão

A taxa interna de retorno é uma ferramenta valiosa para a avaliação de investimentos, proporcionando uma métrica clara e comparativa para a rentabilidade de projetos.

Sua utilização em conjunto com outras métricas financeiras, como o VPL e a TMA, permite uma análise abrangente e informada, essencial para a tomada de decisão empresarial.

Para empresas que buscam maximizar seus retornos, a TIR é uma aliada estratégica, oferecendo insights sobre a viabilidade econômica de projetos e orientando a alocação eficiente de recursos.

Ao entender e aplicar a TIR corretamente, gestores podem otimizar suas decisões de investimento, garantindo o sucesso financeiro a longo prazo.

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